“Se
todos na sua congregação morressem hoje e comparecessem ao julgamento de
ovelhas e bodes, quantos seriam ovelhas e quantos seriam bodes?” Ou mais especificamente, “No último ano, quantas pessoas da sua
congregação têm dado comida aos irmãos em Cristo que têm fome, água aos
cristãos que têm sede, abrigo aos viajantes seguidores de Cristo, roupas aos
cristãos nus, ou visitado um crente doente ou preso?
” Percebi que pouquíssimos tinham
feito qualquer uma dessas atividades, ou qualquer outra coisa, mesmo aqueles
que vinham a igreja, cantavam musicas de louvor, escutavam aos meus sermões e
davam ofertas. Então, eles eram bodes, pelo critério de Cristo, e eu tinha pelo
menos parte da culpa, porque não estava lhes ensinando quão importante era para
Deus que ajudássemos nossos irmãos em Cristo em suas dificuldades.
Eu não lhes estava os ensinando a
obedecer todos os mandamentos de Cristo. Aliás, percebi que estava
negligenciando o que era extremamente importante para Deus — o segundo maior
mandamento, ame a teu próximo como a si mesmo — sem mencionar o novo mandamento
que Jesus nos deu de amar uns aos outros como Ele nos amou.
Além disso, finalmente percebi que
estava, na verdade, ensinando contra o objetivo geral de Deus de fazer
discípulos, enquanto ensinava uma modesta visão do popular “Evangelho da
Prosperidade” à minha congregação. Mesmo sendo da vontade de Deus que seu povo
não acumule tesouros na terra (veja Mt. 6:19-24) e que sejam satisfeitos com o
que têm, mesmo que seja só comida e roupas (veja Hb. 13:5 e I Tm. 6:7-8),
estava ensinando a minha rica congregação americana que Deus queria que eles
possuíssem mais.
Eu estava ensinando meu povo a não obedecer a Jesus em um ponto
(assim como centenas de outros pastores ao redor do mundo).
Uma vez que percebi o que estava
fazendo, me arrependi e pedi à minha congregação que me perdoasse. Comecei a
tentar fazer discípulos, ensinando-os a obedecer a todos os mandamentos de
Cristo. Eu fiz isso com temor e tremor, receando que alguns em minha
congregação realmente não quisessem obedecer a todos os mandamentos de Cristo,
preferindo um cristianismo que, convenientemente, não requeresse sacrifício algum
da parte deles.
E estava certo. De fato, vários não
ligavam para os crentes que estavam sofrendo pelo mundo. Eles não queriam se
incomodar em espalhar o Evangelho àqueles que nunca haviam ouvido.
Pelo contrário, só queriam conseguir
mais para si mesmos. A respeito da santidade, só evitavam os pecados mais
escandalosos, pecados que eram condenados até pelos incrédulos, e viviam
comparáveis aos americanos conservadores medianos. Mas, de fato, eles não
amavam ao Senhor, pois não queriam guardar os mandamentos de Jesus, exatamente
o ponto que
Ele disse que iria provar o nosso
amor por Ele (veja Jo.14:21).
O que eu temia provou ser verdade —
alguns cristãos assumidos eram, na verdade, bodes vestidos de ovelhas. Quando
os chamei para negarem a si mesmos e levarem sua cruz, alguns ficaram com
raiva.
Para eles, a igreja era primeiramente
uma experiência social acompanhada de boa música, exatamente o que o mundo
aproveita em clubes e bares. Toleravam um pouco de pregação desde que afirmasse
sua salvação e o amor de Deus por eles. Mas não queriam ouvir sobre o que Deus
requeria deles.
Não queriam que ninguém questionasse
sua salvação e estavam indispostos a ajustar suas vidas para viverem em
conformidade com a vontade de Deus se isso lhes custasse alguma coisa.
Obviamente, eles estavam dispostos a
dar um pouco do seu dinheiro, desde que pudessem ser convencidos que Deus os
daria mais em troca e desde que se beneficiassem diretamente do que deram, como
quando o dinheiro deles melhorava o ambiente da igreja.
Tempo para auto- Avaliação
Este seria um bom tempo para todos os
ministros que estão lendo este livro se perguntarem a mesma coisa que o
Espírito Santo me perguntou:
“Se
as pessoas para as quais ministro morressem agora e comparecessem ao julgamento
das ovelhas e bodes, quantas seriam ovelhas e quantas seriam bodes?” Quando ministros asseguram às
pessoas de sua congregação que agem como bodes, que elas são salvas, estão
falando exatamente o contrário do que Deus quer seja dito. Esse ministro está trabalhando contra
Cristo.
Está falando o oposto do que Jesus
quer que seja dito a essas pessoas de acordo com o que Ele disse em Mateus
25:31-46. Jesus disse isso para avisarmos aos bodes, pois não quer que pensem
que estão indo para o céu.
Jesus disse que todo homem saberia
que somos seus discípulos pelo amor que temos uns pelos outros (veja Jo.
13:35). Com certeza Ele deve ter falado do amor que excede o amor que os
incrédulos mostram pelos outros; caso contrário, seus seguidores não poderiam ser
distinguidos dos ímpios.
O tipo de amor que Jesus falou é um
amor que se sacrifica, quando nós nos amamos como Ele nos amou, dando nossa
vida pelos outros (veja Jo. 13:34 e 3:16-20). João também escreve que sabemos
que passamos da morte para a vida, ou seja, renascemos, quando amamos uns aos
outros (1 Jo. 3:14).
As pessoas que reclamam, falam mal e
odeiam ministros que ensinam os mandamentos de Deus estão mostrando que o amor
é a marca dos renascidos? Não, eles são bodes no caminho do inferno.
Discípulos de Todas as Nações
Antes de continuarmos, vamos dar mais
uma olhada em Mateus 28:19-20, a Grande e Geral Comissão que Jesus deu a seus
discípulos, para ver se podemos encontrar mais algumas verdades.
Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a obedecer tudo o que eu lhes ordenei (Mt. 28:19-20a).
Note que, Jesus quer que discípulos
sejam feitos em todas as nações;
ou, colocado mais corretamente de acordo com o grego original, todos os grupos étnicos do mundo. Se Jesus
mandou, sou levado a acreditar que é possível. Nós podemos fazer discípulos de Jesus em todos os grupos étnicos do
mundo.
A tarefa não foi dada somente aos
primeiros onze discípulos, mas para cada discípulo depois deles, porque Jesus
disse aos onze para ensinar seus discípulos a observar tudo que Ele tinha-lhes ordenado.
Portanto, os primeiros onze ensinaram
seus discípulos a obedecerem
aos mandamentos de Cristo, de fazer discípulos de todas as nações, e esse seria
um mandamento perpétuo para todo discípulo subsequente. Todos os discípulos de Jesus precisam estar envolvidos de alguma
maneira no discipulado das nações.
Isso explica, em parte, porque a
“Grande Comissão” ainda não foi cumprida. Mesmo existindo milhões de cristãos
assumidos, o número de discípulos dedicados a obedecer a Jesus é muito menor.
A maioria dos cristãos assumidos não
liga para discípulos sendo feitos em todos os grupos étnicos, porque
simplesmente não são dedicados a obedecer aos mandamentos de Cristo. Quando o
assunto é levantado, muitas vezes usam desculpas do tipo: “Esse não é o meu
ministério,” e “Eu não me sinto direcionado para esse caminho”.
Vários pastores mencionam essas
frases, assim como os bodes que escolhem quais mandamentos de Cristo valem à
pena encaixar em suas agendas.
Se cada cristão assumido realmente
acreditasse no Senhor Jesus Cristo,
em pouco tempo todos no mundo iriam
ouvir o Evangelho. O compromisso coletivo dos discípulos de Jesus faria isso acontecer.
Eles parariam de gastar todo seu tempo e dinheiro em coisas mundanas e
passageiras e começariam a usá-los para cumprir a ordem do Senhor.
No entanto, quando pastores anunciam
que um missionário estará falando em certo culto, ele pode esperar que, na
maioria das vezes, o número de frequentadores do culto irá cair. Muitos bodes
ficarão em casa ou irão a outro lugar. Não estão interessados em obedecer ao
último mandamento do Senhor Jesus Cristo.
As ovelhas, por outro lado, sempre
comparecem animadas com a perspectiva de serem envolvidas no ministério de
fazer discípulos de todas as nações.
Um último destaque em Mateus
28:18-20: Jesus também disse aos Seus discípulos para batizarem seus
discípulos, e os apóstolos fielmente obedeceram a esse mandamento. Eles
imediatamente batizaram aqueles que se arrependeram e acreditaram no Senhor
Jesus.
O batismo, é claro, representa a
identificação do crente com a morte de Cristo, sepultamento e ressurreição. Novos crentes têm morrido e
ressuscitado como novas criaturas em Cristo. Essa verdade Jesus queria
dramatizada no batismo de cada novo convertido, imprimindo em sua mente que ele
agora é uma nova pessoa, com uma nova natureza. Ele é um em espírito com
Cristo, e agora está autorizado por Cristo, que vive nele, a obedecer a Deus.
Estava morto em seus pecados, mas
agora foi lavado e ressuscitado pelo Espírito Santo. Ele é mais que “somente
perdoado.” Ele foi radicalmente
transformado. Então, Deus está indicando mais uma vez que verdadeiros
crentes são pessoas diferentes que agem muito mais diferente do que agiam
quando estavam espiritualmente mortos.
Isso também está implícito nas
palavras finais de Jesus: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”
(Mt. 28:20). Não é lógico pensar que a presença contínua de Cristo nas pessoas
afetaria seus comportamentos?
Jesus Define Discipulado
Já estabelecemos que o objetivo
primordial de Jesus para nós é que façamos discípulos, quer dizer, pessoas que
se arrependeram de seus pecados e estão aprendendo a obedecer aos Seus
mandamentos. Mais tarde, Jesus definiu em João 8:32 o que é um discípulo:
Se vocês permanecerem firmes na minha
Palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade e a
verdade vos libertará.
De acordo com Jesus, verdadeiros
discípulos são aqueles que vivem a Sua Palavra e nela fazem morada.
Enquanto aprendem a verdade em Sua
palavra, são progressivamente “libertos,” e mais tarde o contexto indica que
Jesus estava falando sobre ser liberto do pecado (veja Jo. 8:34-36). Então,
vemos mais uma vez que, pela definição de Jesus, discípulos estão aprendendo e
obedecendo a seus mandamentos.
Mais tarde Jesus disse,
Meu Pai é glorificado pelo fato de
vocês darem muito fruto, então prove
para serem Meus discípulos (Jo. 15:8 ênfase adicionada).
Portanto, pela definição de Jesus,
discípulos glorificam a Deus dando fruto.
Aqueles que não dão fruto não provam
ser Seus discípulos.
Jesus definiu mais especificamente o
tipo de fruto que identifica seus verdadeiros discípulos em Lucas 14:25-33.
Vamos começar lendo somente o versículo 25:
Uma grande multidão ia acompanhando
Jesus; este voltando-se para ela disse…
Jesus estava satisfeito porque uma
grande multidão o estava “seguindo”? Ele tinha alcançado seu objetivo agora que
teve sucesso em ganhar uma grande congregação?
Não, Jesus não estava satisfeito
porque uma grande multidão o estivesse seguindo, ouvindo os seus sermões, vendo
seus milagres e, às vezes, comendo Sua comida. Jesus procura pessoas que amam a
Deus de todo o coração, mente, alma e força. Ele quer pessoas que obedeçam aos
Seus mandamentos. Ele quer discípulos.
Por isso disse àquela multidão que estava com Ele:
Se alguém vem a mim e ama o seu pai,
sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida
mais do que a mim, não pode ser meu discípulo (Lc. 14:26).
Não há erro: Jesus apresentou o
custo/requisitos para uma pessoa ser Seu discípulo. Mas Seus discípulos
precisam mesmo odiar essas pessoas as quem iriam naturalmente amar mais? Isso
parece improvável, já que as Escrituras nos mandam honrar nossos pais e amar
nossas esposas e filhos.
Jesus devia estar usando uma
hipérbole, isto é, exagerando para dar ênfase. Mesmo assim, o mínimo que Ele
quis dizer é: Se nós quisermos ser Seus discípulos, precisamos amá-Lo acima de
tudo, muito mais do que as pessoas a quem naturalmente amamos muito. A
expectativa de Jesus com certeza é razoável já que Ele é Deus, a quem nós
devemos amar com todo coração, mente, alma e força.
Não esqueça — a tarefa dada aos ministros
é fazer discípulos, o que significa que precisam produzir pessoas que amem a
Jesus como Ser supremo, que O amem muito, muito mais do que amam seus cônjuges,
filhos e pais. Seria bom para cada ministro que esteja lendo isso se perguntar,
“Estou obtendo sucesso em produzir
pessoas assim?”
Como sabemos se alguém ama a Jesus?
Jesus nos disse em João 14:21: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece,
esse é o que me ama.” Então, com certeza, é razoável concluir que, pessoas que
amam Jesus mais do que seus cônjuges, filhos e pais também são pessoas que
guardam Seus mandamentos. Discípulos
de Jesus obedecem aos Seus mandamentos.
DAVID WILKERSON
Deus seja
louvado
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