Essas são as últimas palavras relatadas que Jesus
falou da cruz. Essas sete sentenças (citadas abaixo da versão King James da
bíblia) podem ser encontradas nos quatro evangelhos, apesar de não aparecer
todas as frases em um só evangelho. As duas primeiras e a sétima só são
encontradas no livro de Lucas; a terceira, a quinta e a sexta somente no livro
de João; e a quarta tanto no livro de Mateus como no livro de Marcos.
Diz a tradição que elas foram ditas na ordem que estão
aqui, mas nós não sabemos por certo qual é realmente a ordem verdadeira. Também
não sabemos se Jesus falou outras coisas da cruz ou se as sete sentenças são um
resumo de um discurso mais longo. Porém, considerando a dor que ele sentia, não
seria nenhuma surpresa se Jesus falou somente isso.
1. "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que
fazem." (Lucas 23:34).
Essa é a única frase das sete que é questionada pelos
estudiosos; Muitos dos melhores manuscritos gregos não a contém. Mesmo que haja
alguma dúvida, certamente cabe no que conhecemos de Jesus e seu amor. Alguns
versículos antes, Jesus se mostra mais preocupado com os outros do que com si
próprio (Lucas 19:41; 22:50-51; 23:28).
Jesus viveu os seus próprios ensinamentos e orava por
aqueles que estavam torturando-o (6:27-28). Certamente que os soldados e os
líderes judaicos não eram totalmente ignorantes de seus atos naquele momento
(veja Atos 3:17), mas eles sabiam com certeza a real importância do que eles
estavam fazendo. Para os cristãos, é sempre mais importante se lembrar de pedir
a Deus que perdoe os seus inimigos do que dar motivos do porque aquela pessoa
precisa ser perdoada. No final, o perdão não demanda uma razão; é a graça.
2. "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso." (Lucas 23:43).
Lucas não relata esse depoimento para nos dar uma
teologia complicada sobre a vida após a morte, mas para nos mostrar como o
Senhor responde à fé do ser humano. Um criminoso se junta à multidão que estava
zombando e só consegue o silêncio de Jesus (Lucas 23:40), mas o outro reconhece
não só a inocência de Jesus, mas que a cruz era só um prelúdio de se reino
(23:40-42). Jesus prometeu a esse homem que ele estaria com ele no paraíso.
Aqui é novamente a graça, pedida e recebida.
3. "Mulher, eis aí o teu filho. Eis aí tua
mãe." (João 19:26-27)
João mostra Jesus totalmente no controle da situação
durante a crucificação. Aqui ele calmamente cuida se sua mãe ao invés de focar
no seu sofrimento. Maria também estava sofrendo enquanto a "espada"
transpassou a sua alma (Lucas 2:35).
Jesus agora muito mais como o seu Senhor do que como
seu filho, se lembra de seu relacionamento natural e espiritual com Maria. Não
sabemos o porque que os irmãos de Jesus não estavam ali para cuidar de Maria,
ou porque que João foi escolhido para fazê-lo, mas talvez tenha sido porque ele
estava ali na Gólgota e Jesus sabia que ele era confiável.
4. "Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?" (Mateus 27:46; Marcos 15:34).
Já haviam se passado horas desde a primeira frase, e
de repente Jesus gritou as primeiras palavras do Salmo 22:1. Marcos as relatou
na língua nativa de Jesus, aramaico, enquanto Mateus as mudou para o hebraico.
O significado do clamor é explicado como sendo uma expressão do sentimento
humano, um depoimento de desaponto por Deus não ter o libertado, uma expressão
de separação de Deus porque ele carregava o pecado de toda humanidade, ou como
uma citação do salmo inteiro que termina triunfantemente.
Apesar de o significado completo desse clamor ser um
mistério somente conhecido por Jesus e se Pai, é provável que, porque o salmo é
um clamor a Deus por vingança, Jesus esta pedindo por isso. Ele clama a Deus
para mostrar que ele é verdadeiramente o escolhido de Deus. A petição é
respondida: Deus ressuscitou seu Filho dos mortos três dias depois.
5. "Tenho sede." (João 19:28).
No começo da crucificação, ofereceram a Jesus um vinho
com uma substância para que ele aguentasse a dor da crucificação. Ele recusou
(Mateus 27:34; Marcos 15:23).
Agora, severamente desidratado, Jesus aceita o
vinagre dos soldados (João 19:29), que aguçaria os seus sentidos para o clamor
final. Ele precisava daquilo, pois já fazia seis horas que ele estava pendurado
ali. Talvez este seja o ponto na vida de Jesus aonde vemos mais claro a sua
humanidade. João viu esse ato como um cumprimento do Salmo 22:15 (e talvez
69:21).
6. "Está consumado" (João 19:30).
João termina o relato da crucificação com este
depoimento simples (uma única palavra no grego). Essa sentença naturalmente
revela o alívio e a satisfação de Jesus de ter acabado a dor e a agonia, que a
morte o livraria, mas João dá a palavra uma definição mais profunda. De acordo
com João, Jesus estava no controle de toda crucificação. Jesus disse que
ninguém poderia tirar a sua vida - que ele daria por escolha própria (João
10:18; 19:10-11).
Sabendo que ele tinha cumprido totalmente a vontade do
Pai, ele voluntariamente deu sua vida. O que estava consumado ali não era
simplesmente a sua morte, nem a sua vida, nem a obra de redenção, mas a razão
de ele estar aqui nesse mundo. O último ato de obediência foi realizado. Jesus
declara a sua vida "terminada" e se retira do palco até a sua ressurreição
que começa um novo ato.
7. "Pai nas tuas mãos entrego o meu
espírito" (Lucas 23:46).
Lucas tem uma imagem diferente de João e dos outros
escritores do evangelho sobre o fim. Mateus e Marcos terminam dizendo somente
que ele deu um "grande brado". João termina com a obra consumada.
Lucas termina dizendo que o grande brado foi uma citação do Salmo 31:5. A
citação começa com "Pai", a palavra Aba, que é mais parecido com a
nossa palavra "Papai" do que "Pai". O relacionamento de
Jesus com Deus não é quebrado até o fim. Ele se entrega nas mãos do mesmo Pai
que ele serviu em vida.
Fonte: Ilúmina
Deus seja louvado
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